Foi lançada no dia 28 de setembro a série Justiça e Guerra às Drogas. São quatro vídeos animados que se propõem a mostrar ao grande público um lado ainda pouco conhecido sobre o funcionamento do sistema de justiça brasileiro.
Se a Lava-Jato vendeu para muita gente a ideia de que juízes e promotores são heróis que combatem os interesses dos poderosos, a série Justiça e Guerra às Drogas mostra uma outra realidade: os membros do Judiciário e do Ministério Público fazem parte de uma elite poderosa, muito rica e muito branca, que tem como principal resultado de seu trabalho a blindagem dos ricos e perseguição de negros e pobres.
A série foi criada por iniciativa do JUSTA, plataforma que pesquisa o funcionamento do sistema de justiça, da rede Plataforma Brasileira de Política de Drogas e da ONG Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas. O roteiro e a produção dos vídeos foram realizados pela Ponte Jornalismo, veículo de comunicação especializado em direitos humanos, em parceria com a produtora Iracema Rosa.
Com duração entre 6 e 10 minutos, os vídeos usam a animação como um recurso para divulgar, de um jeito atraente e acessível, um panorama sobre como se dá a aplicação da lei de drogas no Brasil e como magistrados e promotores se associaram aos governos para blindar a violência policial e produzir o encarceramento em massa da população negra.
A animação será exibida toda terça-feira, na Ponte Jornalismo, sendo replicada no El País, no Yahoo! Notícias, na Rede TVT . O primeiro vídeo — Os juízes são heróis? — revela o perfil elitizado dos magistrados brasileiros e como isso se reflete em suas atuações práticas. O segundo e o terceiro vídeos— Proibir drogas faz mal à saúde. E à sua família e A guerra às drogas é uma guerra aos pobres — analisam o impacto real da proibição de drogas sobre a maioria da população brasileira. Para finalizar, a última animação — Descriminalizar, desfinanciar, desencarcerar — propõe um novo caminho, envolvendo a descriminalização de todas as drogas, o desencarceramento das populações e o desfinanciamento da polícia e do sistema de justiça criminal.
A série também pode ser conferida no canal Plataforma Justa no Youtube.
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