Ao concluir mais uma pesquisa inédita, o JUSTA traz dados que demonstram a necessidade de os gestores públicos abrirem os olhos para a porta de saída do sistema prisional. No estudo “O funil de investimento da segurança pública e prisional no Brasil”, a equipe analisou os orçamentos de 2021 das polícias, dos sistemas penitenciários e das políticas para egressos em oito estados.
Veja o relatório da pesquisa na íntegra
O levantamento contemplou informações orçamentárias da Bahia, do Ceará, de Goiás, de Minas Gerais, do Pará, do Paraná, de São Paulo e do Tocantins, estados que, juntos, representam quase 60% do orçamento total de todas as 27 unidades federativas do país, o correspondente a R$ 593 bilhões.
A pesquisa identificou, por exemplo, que os enormes impactos financeiros do encarceramento em massa não são acompanhados de investimentos para garantir direitos a quem deixa a prisão depois de cumprida a pena. Pelos números apontados no relatório, para cada R$ 2.758 gastos com polícias, R$ 68 foram gastos com o sistema penitenciário e apenas R$ 1 foi investido em políticas para egressos.
O estudo aponta, ainda, que muitos estados destinam mais recursos para o sistema prisional do que para outras áreas essenciais, como habitação, assistência social, saneamento, cultura, ciência e tecnologia e esporte e lazer, temas que sabidamente poderiam inclusive adotar políticas transversais de prevenção à violência e ao crime.
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